A arte de improvisar e contar histórias.

O estudo das escalas, acordes, arpejos e técnicas são ferramentas, sem elas acaba sendo muito difícil ter um parâmetro do que tocar, portanto o estudo das mesmas são essenciais.
Por outro lado, estas informações não são suficientes para garantir um resultado musical e por isso é tão importante pensar na premissa de improvisar e contar uma historia.
Se formos ver historicamente como os improvisos surgiram na música popular, perceberemos que vieram de um alongamento ou embelezamento da melodia da música.
A melodia da música é quase sempre formada por motivos que se repetem e se desenvolvem ao longo da música.
Quando falamos que os improvisos surgiram de um embelezamento da melodia, logo percebemos que eles são recheados dos motivos naturais da canção, portanto, era comum que os improvisos fossem assoviáveis e melódicos no começo.
Ao longo da historia o improviso foi tomando corpo e cada vez mais dando liberdade ao improvisador pensar em frases que não tinham uma ligação direta com a melodia da música.
Não ter uma ligação direta com a melodia da música não quer dizer que os improvisos deixaram de ter ideias que se desenvolvem ou que os mesmos deixaram de contar histórias.
O desenvolvimento de motivos continuou e continua atual, sendo quase que o âmago do improviso, ou seja, uma pedra fundamental difícil de ser eliminada, pois a repetição é um elemento fundamental na comunicação musical.
Muitos improvisadores se distanciaram da ideia de motivos e começaram a pensar mais em frases, alguns balanceando mais que outros as frases e os motivos.
Os motivos estão presentes em todos os estilos, hoje mesmo na minha turma de improvisação estava mostrando o solo da música “the unforgiven’ do Metallica e depois a música “sweet child of mine” do Guns, ambos os solos são cheios de ideias rítmicas que se repetem ao longo do solo. Depois mostrei alguns solos do Slayer onde não existe quase que compromisso algum com o desenvolvimento de ideias e a constatação é unanime em dizer que são solos menos assimiláveis.
É muito difícil criar improvisos interessantes sem o uso do desenvolvimento de motivos e ideias porque é necessário um vocabulário muito gigantesco de frases para soar interessante a todo tempo.
Não existe uma regra sobre o assunto, mas o que posso dizer sem chance de errar é que o estudo do desenvolvimento de motivos é essencial para qualquer improvisador e em qualquer estilo de música.
Brian-May.

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