Fazendo escolhas para seguir em frente.

Comecei a tocar com 12 anos e eu sempre fui obcecado com o aprendizado. Sempre fiz aulas, primeiramente na minha cidade no interior do Rio (Cabo Frio). Com 16 anos pegava um ônibus sozinho e viajava 3 horas para o Rio de Janeiro a fim de aprender com músicos mais experientes, até que, com 17 anos, mudei definitivamente para a capital.
Já fiz aulas com tanta gente que eu creio que esse número chegue a 1 dezena, até porque na faculdade de música o rodízio de professores é maior.
Acredito que cada um destes professores contribuíram com algo, até aqueles que eu achei pouco proveitoso, mesmo que esta contribuição tenha sido para eu ter aprendido o que não fazer.
Parece estranho, mas ao longo da caminhada queremos tanta coisa que não imaginamos que um dia teremos que descartar muitas destas coisas por objetivos maiores.
Não dá para ficar tocando tudo o tempo todo e não dá para ser todos os músicos em 1.
O aprendizado vai te levar para muitos lugares e as vezes precisamos tomar cuidado com esta falta de definição daquilo que buscamos.
Eu estudei harmonia, percepção, arranjo, improvisação, piano, bateria, guitarra, produção, setup e por ai vai. Não posso ser um especialista em tudo, não dá tempo de viver intensamente todas as vertentes, nem mesmo dentro do meu instrumento é possível ser proficiente em todos os estilos. Escolhas precisam ser feitas e por isso acho importante, o quanto antes, ter acesso a pessoas e conteúdo de excelência para que as decisões possam ser tomadas em firme fundamento.
Lembro de uma palestra do John Mayer na Berklee em que ele disse que olhava para o lado e vi os garotos tocando muito mais que ele, tocando coisas sofisticadas e ele se dizia que nunca tocaria daquela maneira.
Para mim, o que aconteceu naquela oportunidade foi que ele percebeu que não queria pagar um preço tão alto para se tornar um instrumentista tão proficiente porque existia um lado de compositor e letrista que pulsava muito forte. O fim da história todas sabemos, ele tomou o caminho certeiro em ter aberto mão de ser um instrumentista fluente e sofisticado em muitos estilos para se focar em ser um compositor internacional cantando e interpretando suas próprias músicas para todo o mundo.
Usei a foto de 2 caras que se tornaram grandes instrumentistas dentro do seu nicho, se tornaram também compositores e letristas internacionais e que, certamente, abriram mão de se aprofundar em outras coisas para buscar seus próprios caminhos.
Não existe formula secreta, mas tenha em mente que o aprendizado precisa ser domado por uma direção que o quanto antes precisa ser clara.

mateus starling 2.

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